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Ativismo

A FORÇA DOS MINORITÁRIOS

As assembleias gerais de acionistas ocorridas neste ano foram movimentadas. Em diversas companhias, os minoritários se organizaram para fazer valer sua voz na eleição dos conselheiros de administração. Segundo Guilherme Affonso Ferreira, presidente da Bahema Participações, 2013 foi mais um ano de progresso no ativismo desses acionistas. “Mesmo os estrangeiros que costumavam ter uma atitude mais passiva em relação às empresas brasileiras onde investem, vem ano a ano aumentando seu envolvimento e participando de grupos de mobilização minoritária”, diz.

Além disso, vários acionistas solicitaram a adoção de voto múltiplo para emplacar um representante. Por esse mecanismo, cada ação é multiplicada pelo número de membros do conselho que serão eleitos. Dessa forma, é possível concentrar todos os votos em um único candidato ou distribuí-los entre vários. Companhias como HRT, Usiminas, Log-In, Metalúrgica Gerdau e Triunfo tiveram o pedido de acionistas para a adoção do instrumento.

Em entrevista à Reuters, o superintendente de relações com empresas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Fernando Soares Vieira, afirmou que tem notado uma maior utilização desse procedimento. De acordo com a autarquia, o aumento do número de companhias com capital disperso no mercado e um maior ativismo por parte dos investidores pode estar por trás do crescimento do interesse pelo voto múltiplo.

Outro fator que também tem influenciado os minoritários é o desempenho das companhias, como é o caso da HRT. A petroleira não vem apresentando bons resultados - no último ano, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi negativo em R$ 369 milhões. Em assembleia, a gestora Discovery Capital Management, que também está insatisfeita com os resultados obtidos pela atual administração da companhia, conseguiu eleger três cadeiras no conselho: Oscar Alfredo Prieto, Stefan Alexander e François Moreau. 


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