AMEC | Opinião

CONCLAVES

O último dia 30 de abril, marcou o fim do prazo para os brasileiros acertarem suas contas com o imposto de renda. Mas, além do temido encontro com o Leão, a data também representa outro marco importante: o fim de mais uma temporada de assembleias nas empresas brasileiras. É fato que apenas uma minoria de brasileiros se preocupa com o segundo fato, mas talvez seja aqui que resida a novidade: isso está começando a mudar.

A assembleia é - ou deveria ser - o momento mais importante na vida de uma companhia aberta. É quando a administração submete seus resultados aos acionistas, e quando estes votam sobre as questões importantes que definirão o futuro da sociedade. Mas, não é preciso ser um ativista para saber que na prática as coisas são bem diferentes no Brasil. Até poucos anos atrás, a maior parte de nossas assembleias ainda consistia em pouco mais que um “teatrinho” onde uma meia dúzia de advogados senta para tomar um café e repassar decisões já previamente tomadas com o intuito de cumprir a ordem do dia.

Paulatinamente, esses eventos começaram a ser visitados por “desconhecidos” das companhias e das administrações. Algumas se deram conta que esses desconhecidos na verdade eram sócios das empresas - coisa muito diferente do conceito de “acionista minoritário” vigente até então. Não seria injustiça dizer que o empresário brasileiro seguia a máxima do Barão Karl Von Furstenberg, segundo o qual “os acionistas são burros e arrogantes...burros por nos darem seu dinheiro, e arrogantes por quererem dividendos”. Mas, como dizíamos, isso está mudando.


Continua...