Fusões e Aquisições

F&A: HORA DE ARREGAÇAR AS MANGAS

Apesar das nuvens que começam a embaçar as previsões de crescimento econômico, infladas pelo valor do real elevado a níveis de moeda de país rico e pela inflação, cujas garras já atravessam as grades da política de metas, o movimento de Fusões e Aquisições (F&A) no Brasil caminha para um novo recorde este ano. Para os profissionais de Relações com Investidores (RI) esse é um bom augúrio para o desempenho das empresas, mas também significa que terão de manter as mangas arregaçadas, já que têm papel relevante antes, durante e na consumação de uma operação de F&A.

Em 2010, o país registrou recorde no número de transações de F&A, com 787 negócios, conforme levantamento da empresa de consultoria PwC (PricewaterhouseCoopers) e no volume financeiro, que atingiu R$ 184,4 bilhões, de acordo com a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). Este ano, o movimento deve permanecer aquecido dadas as cartas que já estão na mesa e que não podem ser simplesmente retiradas como: necessidade de investimentos do governo em infra-estrutura para acompanhar uma demanda decorrente do aumento do consumo, que já é fato consumado; maior crescimento da economia brasileira em relação a de outros países, que atrai mais investimentos externos; forte movimento de consolidação dos setores. Isso sem falar no fato das empresas brasileiras estarem capitalizadas desde antes da crise. Segundo Alexandre Pierantoni, sócio e especialista em Fusões e Aquisições da PwC, as empresas brasileiras estão deixando de ser locais, para transformarem-se em regionais, nacionais e até globais. “Isso afeta fortemente o movimento de F&A no país e está atraindo para o Brasil tanto investidores estratégicos quanto financeiros como os fundos de private equity. Os private equity vem atuando como agentes de consolidação de empresas de capital aberto em diversos setores da economia.” Atualmente há mais de U$ 15 bilhões de private equity para investimento no Brasil, afirma.


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