Sustentabilidade

INVESTIMENTO RESPONSÁVEL: COMO OS RIs DEVEM SE COMUNICAR COM OS INVESTIDORES QUE CONSIDERAM QUESTÕES ESG por Gustavo Pimentel

Um problema típico na relação entre investidores e empresas em temas de sustentabilidade ou ESG (Environment, Social, Governance) é a disponibilidade e o uso das informações. Os investidores reclamam que as empresas não reportam adequadamente e com isso não conseguem valorar estes pontos. As empresas alegam que não reportam porque não são demandadas, mas quando o fazem não conseguem medir o interesse dos investidores.

O Brasil, entre os países emergentes, possui um dos mais altos índices de relato ESG, ficando atrás apenas da África do Sul. Na iniciativa Relate ou Explique da BM&FBOVESPA, quase 300 empresas apontaram para seus relatórios ESG ou explicaram porque não os publicam. Apesar disso, a resposta da EZTEC (entre outras) é emblemática: “A EZTEC não publica Relatório de Sustentabilidade ou documento similar por entender que, no momento, este não figura como um fator de avaliação competitiva entre as empresas do ramo de incorporação.”

Antes de dar razão às empresas neste embate, há de se reconhecer que os investidores não são homogêneos. De fato, muitos ainda não dão atenção às questões ESG, ou por negligência ou por terem estratégias de investimentos focadas no curto prazo, onde outros drivers de negócio são mais relevantes. Mas existe sim um contingente crescente de investidores, no Brasil e no exterior, preocupados com as questões ESG e equipados com ferramentas para valorá-las. Os RIs precisam tratar este tipo de investidor de maneira diferenciada. Atualmente no Brasil, nem mesmo as empresas líderes em desempenho ESG tem feito isso.