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ESTRATÉGIA E DECISÕES DEVEM CONSIDERAR ASPECTOS ASG PARA PERENIZAR OS NEGÓCIOS

Empresas tradicionais e as da chamada nova economia estão diante do mesmo desafio de reduzir ao máximo o impacto ambiental e social mantendo – e até melhorando – resultados, rentabilidade e competitividade. A longevidade dos negócios (assim como a da sociedade) está cada vez mais atrelada à orientação para a sustentabilidade e à capacidade de criar valor para todos os stakeholders atendendo na mesma medida aspectos econômicos, socioambientais e de governança.

A percepção de que a inserção de aspectos socioambientais nas decisões e estratégias de negócios leva à maior eficiência surgiu há algumas décadas e evoluiu com o passar dos anos. Em 1986, com a publicação do documento “Nosso Futuro Comum” a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento da Organização das Nações Unidas (ONU) oficializou o conceito de “desenvolvimento sustentável”, estabelecendo que “as necessidades da geração atual sejam satisfeitas sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer as suas próprias necessidades”.

Esta orientação prosseguiu com a formulação do conceito de triple bottom line, integrando as dimensões ambiental, social e econômica e, mais recentemente, ganhou novo impulso com a instituição dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS). A agenda definida pela Organização das Nações Unidas (ONU) prevê um plano de ações para o atingimento das metas até 2030. Tudo isso paralelamente à ênfase aos princípios de transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa que compõem a base da governança corporativa.

Os aspectos de sustentabilidade devem pautar a avaliação das alternativas para o direcionamento de recursos, assim como as questões socioambientais devem ser inseridas nas decisões corporativas, na avaliação de projetos de investimento a na estratégia financeira e de negócios das empresas. Isso coloca numa posição estratégica tanto o profissional de finanças das corporações quanto os das instituições financeiras, já que os resultados da gestão orientada à sustentabilidade são há algum tempo percebidos pelo mercado de capitais e os índices de sustentabilidade vem ganhando importância na avaliação de investimentos.

Na dimensão interna, as premissas de desenvolvimento sustentável inseridas na estratégia das empresas concretizam o conceito de sustentabilidade e pavimentam o caminho para a perenidade dos negócios. Nesse contexto, a comunicação efetiva com todos os stakeholders é estratégica, não apenas pela necessidade de transparência e accountability, mas, também, para que sirvam como referência e sejam influenciadoras na medida em que são importantes agentes de mudança.

Este papel fica evidenciado, por exemplo, nos casos de empresas que adotam modelos de negócios terceirizados. Mesmo sem supervisão direta das atividades de seus fornecedores e prestadores de serviço, elas se tornam de certa forma responsáveis pelas ações deles. Nesse caso, mais do que referência, elas devem incluir em seu mapeamento, na avaliação de impactos e na análise de probabilidade de ocorrências, os riscos de seus terceirizados. E prestar contas disso aos seus stakeholders.

Garantir que os temas ambientais, sociais e de governança estejam inseridos na estratégia e nos processos de decisão é dever não apenas do conselho e da gestão, mas também de todos os responsáveis pelas diversas áreas das organizações, particularmente pelos responsáveis pelas áreas financeiras.

Aron Zylberman
é conselheiro de administração do IBGC.
comunicacao@ibgc.org.br


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