Mercado de Ações

CORRETORAS DE VALORES EM CRISE

A crise de 2008 e a saída dos investidores pessoa física do mercado de ações têm feito muitas corretoras de valores, em especial as independentes, a operar no vermelho. Desde 2010, o número de investidores individuais estacionou em cerca de 600 mil – uma pequena fração dos cinco milhões almejados pela Bovespa para o próximo ano. Já a quantidade de empresas listadas não ultrapassa 500. Com a retração do mercado e a ausência de clientes, as receitas das corretoras vêm caindo mês após mês, já que, essencialmente, elas vivem das taxas de corretagem cobradas por intermediar as operações em bolsa.

De acordo com uma pesquisa realizada pelo IBMEC com as demonstrações contábeis de 130 corretoras, o lucro líquido médio do setor caiu de R$ 9,585 milhões em 2008 para R$ 2,064 milhões em 2012, perda média de 78,46% no período. O estudo mostra que cada 1% de queda do Ibovespa, resultou na média em 0,94% de redução em receita de prestação de serviços para cada corretora, enquanto a cada 1% de diminuição do volume negociado na Bolsa, houve perda de 0,97% em faturamento. Diante desse quadro, resta a dúvida: as casas independentes terão fôlego para continuar brigando com os bancos?

CENÁRIO INÓSPITO
A má fase das corretoras teve início em 2007, com a desmutualização da Bolsa – processo que transformou a BM&F e a Bovespa, então entidades sem fins lucrativos, em empresas. Desde então, subsídios concedidos às corretoras foram eliminados enquanto as exigências regulatórias e tecnológicas só aumentaram. Segundo o estudo do IBMEC, a partir da criação, em 2006 pela BM&F, do Programa de Qualificação Operacional (PQO), que estabeleceu requisitos mínimos de infraestrutura para as corretoras terem a qualidade dos seus serviços atestada, as despesas das instituições menores quintuplicaram.


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