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IBRI, B3 E BTG PACTUAL DEBATEM O PAPEL DO FORMADOR DE MERCADO

Fomentar a liquidez das ações e reduzir a volatilidade são algumas das atribuições do formador de mercado, utilizado por 107 companhias brasileiras

A B3 (Brasil, Bolsa, Balcão) e o IBRI (Instituto Brasileiro de Relações com Investidores) irão realizar encontros entre as companhias e os formadores de mercado, tendo o primeiro acontecido no dia 14 de novembro de 2017, das 8:00 às 10:30, na sede do BTG Pactual, em São Paulo (SP). Edmar Prado Lopes Neto, presidente do Conselho de Administração do IBRI (Instituto Brasileiro de Relações com Investidores), prestigiou o evento que teve como foco: “Os benefícios do formador de mercado”.

“O objetivo do encontro é mostrar os benefícios do formador de mercado como indutor da liquidez das ações”, destacou Felipe Paiva, diretor de Relacionamento com Clientes da B3 (Brasil, Bolsa, Balcão).

Ricardo Lutfalla, diretor da corretora BTG Pactual, declarou que o trabalho do formador de mercado proporciona aumento de liquidez para os papéis e reduz a volatilidade (variação dos preços no mercado), além de trazer para a companhia informações qualitativas e de macroeconomia. O formador busca diminuir, também, a diferença entre o preço de compra e o de venda, observou.

“Em 2004, acreditava-se que haveria uma onda de IPO’s (do inglês Initial Public Offering) para os próximos quatro anos e o grande problema para fazer a venda desses IPO’s seria o pós-trade”, explicou. De acordo com Lutfalla, acreditava-se que para captar recursos de investidores estrangeiros seria preciso responder a uma pergunta: “Qual será a liquidez da companhia após o IPO?”. “Na época, achamos que seria necessário ter um programa de formador de mercado em conjunto com a Bolsa e a CVM, onde houvesse o mínimo de spread e melhoria na liquidez para o investidor ficar tranquilo”, acrescentou ao mencionar que a função do formador de mercado está regulamentada desde junho de 2003 na Bolsa.

O programa foi realizado em parceria com a Bolsa e CVM e, hoje, como ele mencionou é referência para mercados como Chile e México. Ricardo Lutfalla observou que, atualmente, existem 107 companhias no programa formador de mercado. “O programa de formador de mercado fornece mais transparência e liquidez para os papéis da empresa”, complementou.

Segundo Lutfalla, ao se analisar contratos vigentes desde 2010, o formador de mercado se mostrou eficiente em prover liquidez às ações, principalmente para aquelas com volume diário de negociações entre R$ 20 milhões e R$ 80 milhões. “O formador de mercado reduziu a volatilidade intradiária em 70% dos programas”, apontou.

Na B3 (Brasil, Bolsa, Balcão), o papel de formador de mercado pode ser desempenhado por corretoras membros e não-membros, distribuidoras de valores, bancos de investimento ou bancos múltiplos com carteira de investimentos, que, ao se credenciarem para exercer essa função, assumem a obrigação de colocar no mercado, diariamente, ofertas firmes de compra e de venda para uma quantidade de ativos predeterminada e conhecida por todos.

Rodrigo Ribas, diretor do BTG Pactual, afirmou que a instituição trabalha com 10 mesas de operação ao redor do mundo, atuando como tomadora de riscos, ampliando a transparência e disponibilizando informações sobre a demanda dos agentes do mercado.

Lutfalla destacou que a atuação do BTG Pactual disponibiliza serviços com características quantitativas (algotrade, arbitragem, índices, ETFs e leilões) para aumento da liquidez dos papéis e qualitativas (inteligência de mercado, distribuição, equipe exclusiva e advisor para a companhia). Ele disse que empresas interessadas em participar dos índices da Bolsa também utilizam os serviços dos formadores de mercado para impulsionar as negociações.

Segundo ele, a equipe fica atenta para sugerir para as companhias os momentos mais oportunos para recompra de papéis e realização de operações de “split” (desdobramento).

Lutfalla observa ser fundamental o trabalho das melhores práticas dos profissionais de Relações com Investidores para ampliar a liquidez das ações. “O formador de mercado é o tempero da salada”, frisou. Nossos clientes têm total acesso às avaliações, modelos analíticos quantitativos e qualitativos de tendências, além de consultoria de nossa qualificada equipe”, concluiu Ricardo Lutfalla.

Recuperação da economia brasileira
Cláudio Ferraz Ferreira, economista do BTG Pactual, realizou, na ocasião, palestra sobre o “Panorama Econômico para 2018”. Para ele, navegar pelas águas do ano de 2018 exigirá atenção redobrada ao quadro macroeconômico e analisar quais são os desafios e oportunidades. Na opinião do economista, o ponto mais relevante do cenário macroeconômico do Brasil dos últimos doze meses foi a mudança do quadro inflacionário. A inflação passou mais recentemente a estar dentro das metas.

Segundo ele, esse processo deu início a uma retomada de confiança pelo mercado, inclusive, sendo possível verificar a recuperação da economia em setores como varejo, indústria e até no mercado de trabalho. Para Ferraz, os números mais recentes apontam para a recuperação gradual, mas constante, do ritmo de crescimento da economia brasileira. Os números de Intenções de Compra e Consumo e Confiança Empresarial têm avançado consistentemente desde meados de 2016. As condições de crédito também têm melhorado.

As perguntas mais frequentes referem-se ao ritmo de retomada do crescimento econômico. “É possível que nos surpreendamos mais com 2019 do que com 2018, o que mostra que a retomada será gradual”, reforçou. Sobre a taxa de desemprego, ele enfatizou que a melhora no mercado de trabalho é lenta. Cláudio Ferraz destacou que um dos sinais da retomada no crescimento econômico foi a constatação recente do interesse de investidores estrangeiros, especialmente os asiáticos, por ativos no Brasil.

“O calcanhar de Aquiles da economia brasileira continua sendo o mesmo: as contas públicas”, salientou. Em sua visão o governo pós-impeachment “entregou” mais do que se imaginava, “mas do ponto de vista do ajuste continua incompleto, visto que estamos rodando com as contas públicas com déficits bastante grandes”, acrescentou. De acordo com Cláudio Ferraz, esse quadro deve demorar a ser revertido e o país continuará preocupado com questões fiscais por muito tempo, pois será preciso mudar o comportamento da gestão pública.

A corrida eleitoral indefinida, o déficit nas contas públicas brasileiras e alterações no cenário econômico mundial criam contraponto de incertezas. Cláudio Ferraz apontou como positivo, no entanto, a retomada do crescimento da economia brasileira e a recuperação nas atividades dos mercados de capitais da América Latina.


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