Orquestra Societária

DESAFIOS DE UM MUNDO PÓS-PANDEMIA

Oportunidades para empresas e profissionais - A pandemia COVID-19, ainda em curso pelo planeta, tende a alcançar um estágio de maior tranquilidade e confiança para as pessoas e as várias sociedades, de forma mais ampla. Naturalmente, o processo será diferente para distintos países. Assim sendo: Quais são os desafios de um contexto pós-pandemia? Quais oportunidades e riscos podem ser identificados, de modo a orientar os esforços corporativos? Para refletir sobre estas perguntas, realizamos uma entrevista com Ricardo Neves, CEO da everis Brasil, uma empresa do grupo empresarial japonês NTT DATA, que se dedica à consultoria multinacional de negócios e TI, abrangendo todos os setores da economia.

Em plena pandemia, em abril de 2020, Ricardo Neves foi o primeiro brasileiro a ocupar a posição de CEO na everis Brasil em 20 anos. Como CEO virtual, completou recentemente um ano no comando da Empresa, com uma série de resultados positivos, celebrados virtualmente com seus colaboradores. O Brasil é hoje a segunda maior operação dessa empresa de consultoria da gigante japonesa NTT Data.

De acordo com Juan Francisco Yáñez, CEO de everis Américas, Ricardo assumiu a liderança da everis Brasil com um grande desafio: dar continuidade ao forte crescimento da participação de mercado de forma consistente e rentável, com foco nas grandes empresas brasileiras e internacionais, que operam no País, e na valorização das pessoas, sendo uma grande liderança para os talentos locais. Sua missão inclui o consistente avanço do valor agregado do portfólio de serviços de transformação digital prestados aos clientes.

Com sólida carreira, que inclui as gigantes multinacionais - PwC e IBM, Ricardo ingressou no mercado através do programa de trainee da PwC em consultoria de tecnologia. Com mais de 25 anos de experiência em consultoria de gestão e tecnologia, o executivo vem atuando em grandes projetos de transformação de negócios, estratégias de tecnologia digital e emergente, desenvolvimento de novos ecossistemas de empreendimentos e inovação, condução de trabalhos de organização e arquitetura de TI, serviços compartilhados e programas de implementação de tecnologia em larga escala na América Latina, EUA e Europa.

O CEO Ricardo Neves possui MBA Executivo Global da Duke University Fuqua, é formado pelo Programa de Gestão Avançada da Harvard Business School e é bacharel em Economia pela Universidade Federal de Pernambuco. É certificado como Project Manager Professional (PMP) e é também Certified Outsourcing Professional (COP), pela Associação Internacional de Profissionais de Terceirização (IAOP). Escreve no blog da HSM, referência internacional em gestão e negócios.

Quanto à everis, eis alguns números: Atuação em 17 países; Faturamento de € 1,5 bilhões; Mais de 27 mil profissionais na Europa, nos EUA e na América Latina.

A entrevista, a seguir, com Ricardo Neves, profissional muito simpático e altamente perceptivo, foi realizada virtualmente, tendo durado cerca de uma hora. Um gap de tempo muito aprazível, durante o qual conversamos sobre as possibilidades vislumbradas em um futuro não muito distante.

RI: O senhor é CEO de um relevante grupo de tecnologia, com atuação em âmbito global. Qual é a sua percepção sobre o pós-pandemia? O que as empresas – e os mercados consumidores e financeiros, de forma mais ampla – podem esperar?

Ricardo Neves: Nossa visão é muito positiva sobre o futuro que, a nosso ver, já se vislumbra e aliás, a partir de 2022, estendendo-se aos períodos anuais seguintes. Primeiramente, é importante reconhecer que a pandemia acelerou a transformação digital, a qual já se encontrava em curso em muitas organizações. No nosso setor de atuação, esta percepção é absolutamente clara: o mundo digital está aquecido e esta é uma tendência importante para os próximos anos. Ao longo da pandemia COVID-19, temos visto a expansão do consumo e das vendas por meio do e-commerce, com diversos negócios crescendo e ganhando mercados, inclusive por meio de aquisições, como é o caso recente do grupo Magazine Luiza, que comprou uma quantidade significativa de empresas, e da Via Varejo, que adquiriu a fintech Celer, a qual possui uma plataforma proprietária de soluções de pagamento e, hoje, trabalha com oferta de Bank-as-a Service (BaaS). A pandemia atingiu diversos segmentos, mas, ao mesmo tempo, tornou muitas outras empresas mais produtivas, o que é muito positivo. Quem fica no mercado, necessariamente fica mais forte. A transformação digital é um caminho, sem volta, que aumenta a produtividade e, definitivamente, cria valor sob o ponto de vista de quem compra e de quem vende produtos e serviços. Muitas organizações aumentaram tremendamente sua produtividade, fortalecendo suas redes de vendas digitais e, além disso, criando alternativas de trabalho não presencial. O processo é longo, com várias etapas e percalços, mas com saldo muito positivo.

RI: Como será um mundo pós-pandemia? O senhor vislumbra mudanças no comportamento das pessoas que possam favorecer o desenvolvimento dos negócios?

Ricardo Neves: Nossa percepção é de que a pandemia tem impactado profundamente o modo de ver a vida de milhões de pessoas. Muitas desejarão consumir produtos e serviços que tornem suas vidas melhores, mais saudáveis, mais produtivas. As empresas buscarão recuperar este tempo perdido e 2022 talvez seja lembrado como o início de algo que chamaríamos de loucos anos 20. Mesmo reconhecendo que vários protocolos de trabalho e deslocamento se alterarão ao redor do Planeta, acreditamos que as pessoas quererão fazer o que não fizeram durante a pandemia, como por exemplo, viajar, ter vida cultural ativa e muito mais. E desejarão também manter muito do que passaram a fazer por necessidade, como as compras e os serviços à distância. Sobre a tecnologia, que é setor em que atuamos, estamos em processo de franco aquecimento, no bojo da aceleração digital, e acreditamos que as perspectivas são muito boas para os próximos anos. E que, de quebra, podemos esperar bons movimentos de fusões e aquisições.

RI: Quais desafios se apresentam aos líderes das empresas nesse contexto pós-COVID?

Ricardo Neves: Esta resposta se aplica ao setor de tecnologia, mas acreditamos que tem elementos que interessam aos demais setores. Nossas estratégias precisam ser desenhadas e implantadas considerando que a organização opera em um setor absolutamente dinâmico. Temos que criar valor para os negócios por meio de boas estratégias. Temos que desenhar e operar processos que permitam inovação contínua e, concomitantemente, eficiência operacional, com foco na produtividade. E temos que buscar, reter e desenvolver talentos. Sobre pessoas, no mundo da tecnologia, somos absolutamente dependentes de talentos e capacitação. Afinal, a tecnologia é servidora das pessoas, existe para as pessoas e precisa das pessoas. Nesse contexto, como líderes, os CEOs são responsáveis por estimular o desenvolvimento do capital humano continuamente, além de reduzir os gaps de equidade de gênero, diversidade e inclusão. Nossa operação no Brasil tem atualmente cerca de 4.000 profissionais e, por exemplo, temos 56 pessoas com idade acima de 65 anos – alguns contratados durante a pandemia e um deles um programador com 71 anos. Em um contexto de aceleração digital, de disseminação ágil e financeiramente acessível de conhecimentos, não faz sentido, a nosso ver, discriminar talentos em função da idade ou qualquer outro aspecto. Neste contexto, temos realizado happy hours virtuais para promover o trabalho entre gerações.

RI: Esta é uma visão interessante, pois várias organizações abrem mão de profissionais de alto nível quando estes alcançam idades variando de 55 a 60 anos (como referência). Há diversas crenças sobre a questão, como a de que as pessoas mais velhas podem ser mais lentas, ou então mais dispendiosas. Quais são as vantagens de se adotar uma política com uma visão diferente?

Ricardo Neves: Em um setor em que o capital humano e a qualidade da capacitação são cruciais, não faz sentido limitar o talento à idade e aos eventuais custos associados à idade. Até porque, sem talento, sem as pessoas talentosas de todas as idades, o setor de tecnologia não pode avançar. Somos profundamente dependentes de talento e capacitação. Quanto aos custos, o nosso grupo empresarial é altamente focado em eficiência operacional, em produtividade. Afinal, operamos diversos negócios e temos que criar valor econômico com as nossas operações. Ao mesmo tempo, acreditamos, com base em nossa realidade setorial e corporativa, que o uso da tecnologia, a transformação, ou melhor dizendo, a aceleração digital tem um papel fundamental na eficiência de processos e na produtividade. Estamos em um País com cerca de 14 milhões de pessoas desempregadas e com milhares de vagas em TI. Segundo estudo da Brasscom – Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação – o déficit de profissionais qualificados pode chegar a 260 mil até 2024. Este número é uma previsão que resulta de comparar o aumento de empregos no setor com a capacidade de formação de alunos no Brasil. Assim, diante desse quadro de carência de profissionais qualificados, temos que agir e já estamos agindo. Temos patrocinado estudos para nossos profissionais, de maneira que eles se formem e se tornem mais qualificados, através da nova parceria com a Digital Innovation One, plataforma de educação on-line de tecnologia e desenvolvimento de softwares para conectar oportunidades de trabalho e lançar programas de treinamento gratuito, com foco em tecnologia. Estamos passando por uma grande transformação digital e nossa operação brasileira tem se expandido de forma significativa no Brasil, por estar ajudando os clientes a inovar e aperfeiçoar os serviços oferecidos ao mercado. Diante desse cenário, temos investido consistentemente na formação e no aperfeiçoamento dos profissionais em diferentes tecnologias e técnicas de negócios. O fato é que muitas empresas não têm esperado a mobilização dos setores público e privado, fazendo parcerias com Edtechs para formar pessoas. Reforçando o que foi dito anteriormente: no momento atual, as empresas pagam para formar seus atuais e futuros colaboradores. A everis lançou, em outubro do ano passado, a Academia de Talentos para formar Devs, com 15 mil bolsas. O projeto incentiva a participação de mulheres, a comunidade LGBTQI+, pessoas com deficiência, afrodescendentes e outras etnias, que, de forma sistemática, encontram mais desafios para adentrar no mercado de trabalho e são pouco representados na área de tecnologia. Além de preparar os candidatos inscritos, a Academia de Talentos também tem o compromisso de promover diversidade e equidade entre os futuros profissionais. Por fim, faltam pessoas no mercado local, mas, mesmo assim, o Brasil ainda exporta talentos para o mundo. Isto é bom para as pessoas? Sem dúvida, elas têm mais oportunidades de trabalho. Entretanto, em um contexto de déficit de talentos, isto não é positivo para o País.

RI: Existe um grande – por vezes, abissal – desequilíbrio social no Planeta e em nosso País. Reduzir esse desequilíbrio e trazer os mais vulneráveis ao consumo é algo que pode acontecer, nesse contexto pós-pandemia?

Ricardo Neves: Não temos dúvida de que sim, a desigualdade precisa ser atacada com seriedade. A pandemia escancarou de forma muito contundente, a desigualdade – redline – a disparidade social, no mundo inteiro, como nunca antes havia ocorrido. Há muito a ser modificado, por uma questão de ética, de evolução do sistema econômico e de propósito: muitas pessoas – cada vez mais! – desejam atuar em organizações que tenham propósitos elevados, que ajudem a construir um mundo melhor, uma vida mais digna. Elas entendem que é preciso criar um contexto sociológico mais justo. E querem trabalhar em empresas cujos propósitos estejam alinhados com seus propósitos pessoais. Aproveito para registrar com satisfação o fato de que ao longo da pandemia, várias organizações se movimentaram e seguem se movimentando para ajudar os mais necessitados. Mencionamos os exemplos de empresas como Ambev, Gerdau, Natura e muitas outras. O que temos visto mostra que existe, sim, sensibilidade e solidariedade nos dirigentes e demais colaboradores das organizações. O ambiente corporativo é composto, afinal, de seres humanos. Trata-se da evolução para o capitalismo consciente, cujas práticas de ESG – Environmental, Social and Corporate Governance –, fazem parte de uma grande e positiva movimentação de âmbito global. Nosso grupo empresarial está comprometido com as práticas de respeito ao meio ambiente, responsabilidade social e governança corporativa, que podem ser constatadas no Relatório ESG de 2020. Este relatório segue as regras do GRI – Global Reporting Initiative – e é alinhado com a Agenda 2030 da ONU, de cujo pacto global fazemos parte.

RI: Como mensurar o nível de responsabilidade social da everis e todas as demais ações implementadas para atender às práticas de ESG? Como a Empresa pode ajudar na redução da desigualdade?

Ricardo Neves: A tecnologia tem ajudado milhões de pessoas a estudarem, a se desenvolverem e a evoluírem em várias frentes. Atualmente, pessoas de regiões distantes podem acessar, com o apoio da tecnologia, treinamentos de forma impensável, como nunca antes puderam. A tecnologia é chave para a democratização do conhecimento e isso ajuda tremendamente a encurtar distâncias sociais. Mas é a responsabilidade social a primeira resposta para a redução da desigualdade. Nosso Relatório ESG de 2020, citado anteriormente, trata da diversidade, ética, corrupção, compromisso com os ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU –, o que é fundamental para uma empresa de serviços, haja vista que cada vez mais as pessoas estão trabalhando por propósitos. Considerar este ponto crucial é importante para fomentar o negócio, dadas as exigências dos investidores. Em nossa empresa, consideramos que existem três etapas de análise para a determinação dos temas importantes e a mensuração de sua relevância: (1) Identificação de um total de 29 questões mais relevantes; (2) Avaliação externa e internamente da importância de questões relevantes; e (3) Ponderação, identificação dos tópicos materiais e determinação da importância de cada um dos tópicos relevantes. Como resultado dessa análise, chegamos a uma matriz de materialidade, que reflete a avaliação feita pelas partes interessadas para cada uma das questões relevantes para as demais áreas envolvidas na Empresa. A partir destas etapas, são distribuídos os tópicos em três grandes grupos: alta importância, muito importante e média importância. Destacamos nesta entrevista os tópicos de alta importância: (1) Criação de empregos; (2) Política de Remuneração; (3) Inovação I + D + i; (4) Segurança; (5) Relacionamento com Grupo de Interesse; (6) Diversidade; (7) Acessibilidade e deficiência; (8) Bem-Estar; (9) Compromisso social; (10) Responsabilidade Fiscal; (11) Prevenção da poluição; e (12) Política de Meio Ambiente e Energia. Nesta resposta, mais detalhada, buscamos compartilhar com os leitores da Revista RI como a nossa empresa trabalha e leva a sério várias questões que consideramos muito relevantes para o sucesso dos negócios. De forma geral, o modismo passou para compromisso com as práticas de ESG. Trata-se de movimento sociológico e suas práticas vieram para ficar e são um caminho para um capitalismo mais sustentável.

RI: O senhor usou o termo “sociológico”, o que nos parece algo raro no ambiente corporativo. Acredita que disciplinas como Sociologia, Direitos Humanos e Fundamentais, Fundamentos da Constituição Federal e outras devam ser disponibilizadas pelo ensino tradicional, abrangendo cursos de graduação e pós-graduação? Isso ajudaria a tornar os profissionais que ingressam no mercado mais completos, favorecendo concomitantemente os negócios e a sociedade?

Ricardo Neves: Certamente uma formação acadêmica mais abrangente ajudaria a criar profissionais mais bem formados, mas gostaríamos de expressar a nossa crença em fatores como educação contínua e iniciativa. A nosso ver, não adianta apenas contar com essas e outras disciplinas em grades de formação educacional tradicional, em certos momentos específicos. É preciso que as pessoas entendam que o desenvolvimento delas é uma tarefa para toda a vida. Claro, operamos em um setor voltado para pessoas, pois a tecnologia é servidora de seres humanos, e dependemos, conforme dito, de talento e capacitação, de seres humanos voltados para seres humanos. Assim sendo, buscar, desenvolver e ampliar a capacitação de pessoas faz parte do nosso trabalho. Entretanto, este é um trabalho que não cabe apenas às organizações, mas também aos próprios indivíduos. A evolução pessoal é uma tarefa de cada um de nós, que não pode ser terceirizada para as organizações. É uma via de mão dupla, as empresas investem na capacitação de seus profissionais e eles se dispõem a aprender e colocar em prática os conhecimentos adquiridos. E a desempenhar o seu papel em um processo de evolução pessoal e global.

RI: Sobre pessoas: como CEO, o que o senhor recomendaria aos profissionais de todas as idades?

Ricardo Neves: Eu apenas diria: não parem de estudar, de se desenvolverem e evoluírem pessoal e profissionalmente. Em uma economia intensamente digital, com mais acesso ao conhecimento, as oportunidades de desenvolvimento das pessoas são altamente estimulantes, como nunca foram. Aliás, independentemente da tecnologia, o desejo de aprender pode ser uma força tremenda dentro de um ser humano. Eu tenho como exemplo a minha mãe, que buscou, ao longo de sua vida, estudar e aprender de forma contínua, e na maior parte do tempo, como autodidata, mesmo sendo educada para se dedicar exclusivamente à família. Atualmente, há muito conhecimento disponível às pessoas, a tecnologia tornou isso possível, derrubando custos de educação e aprimoramento. Temos certeza de que este processo de disseminação e democratização da educação e cultura é irreversível.

Após estas reflexões fundamentadas do CEO da everis, Ricardo Neves, convidamos nossos leitores, a exemplo do que faz a Empresa, a fazerem, para si mesmos ou em conjunto com outros profissionais, os seguintes questionamentos:

  • Quais são as suas percepções sobre o que ocorrerá com o arrefecimento substancial da pandemia COVID-19?  
  • Quais são as suas previsões sobre a evolução do mercado de capitais, decorrentes do controle da pandemia?
  • Conforme o setor em que atuam, quais são os planos possíveis para as empresas, considerando possibilidades como retração, cautela, investimentos, transformação digital, admissões, demissões, contração por projetos (de acordo com expertise demandada), geração de caixa, maior captação de recursos, jornada de trabalho híbrida, presencial ou 100% home office, desmobilização, escritório compartilhado e inovação, entre outras?

Publicaremos ao longo dos próximos artigos o resultado da contribuição de nossos leitores, se estes assim desejarem, sempre respeitando sua manifestação em prol da confidencialidade.

Cida Hess
é economista e contadora, especialista em finanças e estratégia, mestre em contábeis pela PUC SP, doutoranda pela UNIP/SP em Engenharia de Produção - e tem atuado como executiva e consultora de organizações.
cidahessparanhos@gmail.com

Mônica Brandão
é engenheira, especialista em finanças e estratégia, mestre em administração pela PUC Minas e tem atuado como executiva e conselheira de organizações e como professora.
mbran2015@gmail.com


Continua...