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Entrevista

EDU LYRA, FUNDADOR E CEO DA GERANDO FALCÕES

“Não importa de onde você vem, mas sim para onde você vai...”. Edu Lyra, 33 anos, nasceu na favela. Morava num barraco e dormia numa banheira. O pai, envolvido com o crime, foi preso. Mas sua mãe, D. Maria Gorete, foi a grande inspiração e dizia sempre: “Não importa de onde você vem, mas sim para onde você vai”. Edu acreditou. Começou a empreender, e aos 23 anos escreveu seu primeiro livro “Jovens Falcões” e com um time de 50 jovens vendia os exemplares de porta em porta na periferia e na favela por R$ 9,99. Com o dinheiro das vendas, fundou em 2011 - junto com três amigos - a ONG Gerando Falcões (GF), que hoje se tornou uma rede que engloba mais de 720 favelas espalhadas por todo Brasil, com a formação de líderes sociais e acompanhamento de organizações, além de projetos sociais que tem por objetivo redesenhar as favelas brasileiras, transformando-as em um ambiente Digno, Digital e Desenvolvido.

Edu Lyra, que tem feito palestras em convenções no Brasil e no exterior, em empresas globais como Google e Microsoft, universidades como Harvard e London Economics School, foi nomeado como um dos jovens brasileiros que podem mudar o mundo, fazendo parte do Global Shapers, Jovem Empreendedor do Ano pelo Lide. Recentemente, saiu na lista dos jovens mais influentes pela Forbes Brasil, abaixo dos 30, e foi eleito Homem do Ano pela revista GQ.

Em 2020, venceu o prêmio Valor Econômico, como Empreendedor Social do Ano, devido ao destaque obtido com o projeto “Corona no Paredão, Fome Não” que arrecadou relevante doação de pessoas físicas e jurídicas no combate à fome. Ainda em 2020 e com a mesma campanha, a Gerando Falcões estava entre as Top 30, pela resposta à Covid-19 na 16ª edição do Prêmio Empreendedor Social, do jornal Folha de São Paulo. Em 2021, foi eleito Executivo de Valor pelo jornal Valor Econômico e, atualmente, também atua como colunista do jornal O Globo.

A seguir, acompanhe a entrevista exclusiva concedida por Edu Lyra à Revista RI, onde um dos mais importantes empreendedores sociais do Brasil conta um pouco de sua história e dos projetos que vem desenvolvendo à frente da Gerando Falcões, com a meta que a pobreza das favelas vire, definitivamente, peça de museu.

RI: Quem é Edu Lyra, nascido e criado em uma comunidade carente na cidade de Guarulhos, São Paulo?

Edu Lyra, 33 anos, filho de Maria Gorete e Marcio Luiz, casado com Mayara e pai de Luiza, 2 anos, e Lara, 12 (sua enteada desde os 4 anos), nasceu na favela. Morava num barraco e dormia numa banheira. O pai, envolvido com o crime, foi preso. Mas sua mãe foi a grande inspiração e dizia sempre: “Não importa de onde você vem, mas sim para onde você vai”. Edu acreditou. Não se formou, mas foi para a universidade estudar Jornalismo. Começou a empreender aos 23 anos, quando escreveu seu primeiro livro “Jovens Falcões” e com um time de 50 jovens vendia os exemplares de porta em porta na periferia e na favela por R$ 9,99.

RI: Como, quando e com que objetivo surgiu a ideia de criar a Gerando Falcões (GF)?

Edu Lyra: Com o dinheiro das vendas do livro, fundei a ONG Gerando Falcões (GF) em 2011, em Poá-SP, ao lado de três amigos, que são co-fundadores da ONG: Amanda Boliarini, Lemaestro (Alex dos Santos) e Mayara Nassar Lyra, com quem viria a me casar mais tarde e constituir família. Neste período, conseguimos o primeiro e histórico investimento da ONG, doado pelo casal Patrícia e Ricardo Villela Marino, que são conselheiros, ainda hoje. Junto com esse time, fizemos a Gerando Falcões deixar de ser uma ONG para se tornar uma rede de ONGs, com foco em eficiência em gestão, escala, uso de tecnologia e treinamento de líderes. Desenvolvemos a habilidade de captar recursos e mobilizamos milhares de cidadãos como doadores, além de empresas e instituições como XP Investimentos, Localiza, Wise Up, MRV, EMS, Fundação Lemann, Instituto Península, Movimento Bem Maior, Oliveira’s Foundation, Gerdau, Giveme5, Mundo Verde, Dasa, Instituto Pensi, entre outros, para apoiar programas sociais.

RI: Você cita que uma das principais inspirações para se tornar um empreendedor social, e uma exceção no sistema, foi a sua mãe, Dona Maria Gorete, que sempre lhe disse: Não importa de onde você vem, e sim para onde você vai”. Pode citar quais foram as principais lições que aprendeu e que o tornaram quem você é hoje? Alguém disposto a liderar uma grande coalizão no Brasil para pôr um fim a desigualdade e a pobreza.

Edu Lyra: As lições foram os amigos que perdi. As horas de fome. As tantas vezes que visitei meu pai no presídio. Os colegas que ficaram pra trás. Meu pai saiu do crime e voltou para casa. Tudo isso produziu meu propósito e missão de vida. Eu venci a pobreza na minha própria vida e agora quero vencê-la em escala com meu time e nossos parceiros. Meu sonho é de que um dia a pobreza da favela vire peça de museu antes de Marte ser colonizado.

RI: Sobre o projeto Favela 3D, que tem como objetivo transformar as favelas em um ambiente “Digno, Digital e Desenvolvido” antes do Elon Musk colonizar Marte. Você arrecadou recentemente R$ 3 milhões em um jantar em Nova York. Quais são as metas e próximos passos em questão de arrecadação para o Favela 3D?

Edu Lyra: O Favela 3D está sendo realizado desde maio deste ano na Favela Marte, em São José do Rio Preto (SP). O local possui cerca de 250 famílias. Recentemente, o projeto como um todo chegou a levantar R$ 42 milhões em captações e investimentos sociais patrocinados por parceiros públicos e privados, bem como a sociedade civil para implementação do projeto nessa localidade. Em junho deste ano, mês em que a Gerando Falcões comemorou 10 anos de sua fundação, foi assinado o termo de cooperação com a prefeitura de Maceió para implementar o projeto na comunidade Vergel do Lago e, em julho, um protocolo de intenções foi firmado juntamente com o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), para dar início ao projeto no Morro da Providência. Recentemente, o projeto também foi iniciado da favela Boca do Sapo, localizada em Ferraz de Vasconcelos, na Zona Leste de São Paulo. A Gerando Falcões tem como meta arrecadar até o final de 2022 cerca de R$ 37 milhões em filantropia para implementação dos pilotos do Favela 3D nessas comunidades.

RI: Poderia nos falar mais sobre o Favela 3D? Quais iniciativas fazem parte? Nesta coalizão quem integra este empreendimento como parceiro, tanto no poder público, empresas e sociedade civil?

Edu Lyra: O Favela 3D (Digna, Digital e Desenvolvida) é um projeto único, inovador e revolucionário que está reestruturando as favelas para promover uma transformação completa, focada na melhoria da qualidade de vida de seus moradores, por meio da criação de soluções aos problemas que mais afetam as favelas. O projeto tem como foco sua mandala que conta com os seguintes pilares: moradia digna, acesso à saúde, direito à educação, cidadania e cultura de paz, primeira infância, autonomia da mulher, geração de renda, cultura, esporte e lazer. Estamos acompanhando a jornada de cada família das favelas atendidas, garantindo que elas tenham apoio no seu planejamento e desenvolvimento de suas necessidades. Para isso acontecer, estamos estruturando uma equipe multidisciplinar para realizar um plano com cada família por meio do mapeamento de necessidades relacionadas à moradia; geração de renda e articulação de acesso. Para a implementação do projeto, estamos unindo poder público, comunidade local, setor privado, universidades e organizações do terceiro setor para interromper o ciclo de pobreza na favela.

RI: Quando você acredita atingir os primeiros resultados do Favela 3D na Favela Marte? Quantas famílias e moradores devem ser beneficiados? Tem um prazo para a conclusão deste projeto?

Edu Lyra: A Favela Marte será um laboratório de prototipagem de soluções de combate à pobreza, que vai influenciar o Brasil na construção de soluções reais para territórios vulneráveis. Essa construção está sendo produzida com a prefeitura, o governo do Estado, o Instituto As Valquírias e, sobretudo, com a população local, inclusive temos muito orgulho do Sr. Benvindo Pereira, líder social da Favela Marte e da Amanda Oliveira, fundadora e CEO do Instituto As Valquírias, acelerada da GF em São José do Rio Preto. O local possui cerca de 250 famílias e as intervenções têm prazo previsto estimado em 3 anos para serem implementadas por completo.

RI: Em entrevista recente, você comentou que o Favela 3D contempla a transformação de favelas de até 500 mil habitantes. Que outras comunidades já foram mapeadas para fazer parte do projeto? E em quanto tempo deve ocorrer a transformação delas? Existe um pipeline para isso?

Edu Lyra: Este ano já firmamos parcerias para a implementação do projeto em mais duas favelas, graças a parcerias das prefeituras e dos respectivos governos estaduais, que entenderam e principalmente apoiam a importância do projeto. Como disse anteriormente, em junho assinamos o termo de cooperação com a prefeitura de Maceió para início do projeto na comunidade Vergel do Lago. Já em julho, fechamos um protocolo de intenções com o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), para implementar o projeto no Morro da Providência, favela mais antiga do Brasil. Para essas duas localidades, estamos no início do projeto, em fase de diagnóstico, para identificar os principais desafios e priorizar as oportunidades de melhorias mais urgentes. Com base no diagnóstico, definiremos um desafio inicial para ser desenvolvido, a partir da conceituação e reformulação do desafio, vamos solucionar os problemas e aplicar os insights obtidos nas pesquisas.

RI: Você também comentou que quando conheceu Medellín, se surpreendeu com a coalizão que existia entre a sociedade, o poder público e as empresas para resolver os problemas na cidade. Medellín foi sua inspiração para o Favela 3D?

Edu Lyra: Sim, Medellín foi uma inspiração. Os colombianos foram os mais efetivos da América Latina. Não descontinuaram políticas públicas. Combate à pobreza é agenda de longo prazo, não é um projeto de governo para uma comunidade, mas de uma comunidade com o governo.

RI: Você costuma citar a importância do ESG nas empresas como algo que vai além da propaganda, que permita hackear a sociedade e inserir a favela e diversidade como parte importante do pilar social das companhias. Você tem conquistado grandes parceiros do mercado corporativo e financeiro. Quais são os cuidados que você tem na escolha deles para evitar um greenwashing? Afinal, não é só doar e sim estar comprometido com a transformação real, não? 

Edu Lyra: Começamos abordando temas ligados à responsabilidade social, à atuação inovadora no terceiro setor e como organizações podem criar soluções que combatam as desigualdades. Acreditamos que a próxima década é única para que a gente consiga implantar métodos e soluções que unam a expertise da favela, do setor privado e de políticas públicas com a finalidade de gerar uma transformação sistêmica no país. Por isso, lançamos nosso curso de ESG para potencializar o tema junto às empresas. No futuro, aqueles que não estiverem enquadrados nesse quesito, possivelmente, serão empresas ou negócios obsoletos e sem sentido, que podem até deixar de existir.

RI: Colocar a favela no museu é uma meta ambiciosa, considerando a forte desigualdade que vivemos no Brasil. Quais são as principais barreiras que acredita precisará quebrar para isso? E como pretende consolidar essa coalização entre poder público, capital privado e sociedade civil?

Edu Lyra: Eu sempre afirmo que pretendo levar a “pobreza” da favela ao museu, e não a favela em si. Isso é possível realizando projetos bem estruturados e com bons parceiros. A missão, contudo, exige esforços e diálogo com todas as áreas e setores da sociedade, para que, juntos, possamos interromper o ciclo de pobreza em favelas e periferias do país. E, sem dúvida, encontrar mais Jeffersons, Cintias e essas pessoas da comunidade que fazem a diferença. Nossa meta é ter representantes em todas as favelas do Brasil.

RI: Quais ferramentas considera necessárias para esse propósito? Você fala muito da inclusão digital nas favelas, os pobres como foco dos investimentos das empresas, o co-branding. Pode explicar sobre as estratégias que tem em mente para erradicar essa desigualdade?

Edu Lyra: A nossa principal estratégia é a implementação do Favela 3D (Digno, Digital e Desenvolvido) que falei anteriormente, com a criação e desenvolvimento soluções aos problemas que mais afetam comunidades e favelas, proporcionado aos moradores das comunidades e periferias uma transformação completa, focada na melhoria da qualidade de vida de seus moradores.

RI: A distância social da favela para a Faria Lima é de 9 gerações. Quais são os desafios que o Brasil precisa enfrentar para reduzir essa distância?

Edu Lyra: O principal desafio é dar espaço para que não só a elite possa conquistar vagas em grandes empresas, mas também quem vem da favela e tem uma história de vida diferente. Entendendo que na favela também há mentes brilhantes e que merecem oportunidades. Criando pontes e destruindo muros conseguiremos mudar a realidade que vivemos hoje.

RI: O mega empresário - Jorge Paulo Lemann - afirmou recentemente que se você conseguir alcançar estas metas teria grandes chances de se tornar um prêmio Nobel da Paz? Este desafio, e essa afirmação, te intimida de alguma forma?

Edu Lyra: O Jorge Paulo tem me desafiado há anos e também me estimulado a nunca ficar no caminho e continuar sempre correndo atrás. Montamos um time de primeira na Gerando Falcões. Estamos aplicando ciência de foguete no enfrentamento à pobreza. E vamos entregar nossa missão de tornar a pobreza extrema coisa do passado.

RI: A Gerando Falcões chegou a 10 anos de trajetória e para a próxima década pretende elaborar um plano estratégico com apoio da Accenture. O que podemos esperar desse plano?

Edu Lyra: Até 2023, nosso Plano Favela pretende desenvolver 3.342 líderes, impactar mais de 10.000 favelas e acelerar 100 unidades. O plano estratégico, com o apoio da Accenture, ainda está em fase de desenvolvimento e em breve teremos informações mais concretas sobre ele.
 
RI: Quais são os principais projetos que a Gerando Falcões têm hoje? Você pode nos falar um pouco da importância dos parceiros/doadores nestes desafios e fazer uma breve descrição da atuação de cada um desses projetos no momento?

Edu Lyra: Todos os nossos parceiros/doadores são importantes para nos ajudar a cumprir nossa missão de transformar a pobreza da favela em peça de museu antes de Marte ser colonizado. Conseguimos criar um ecossistema de investidores. São cerca de 2.000 doadores recorrentes em nossa plataforma digital. Fortalecemos nosso ecossistema com mais de 180 empresas que aportam recursos nas mais diferentes formas – desde projetos específicos, permitindo dedução no imposto de renda, até programas de tecnologia e capacitação de jovens. Contamos com companhias que ajudam a criar produtos para o mercado, revertendo parte do lucro à Gerando Falcões. Também nos dedicamos por anos a montar um time “peso-pesado” de investidores com assento em nosso board, o que aumenta a sustentabilidade financeira de toda a operação e viabiliza nossa caminhada de longo prazo. Além dos projetos citados, temos a Falcons University, liderada pelo nosso co-fundador e diretor de educação, Lemaestro, que é uma faculdade criada na favela para a favela, programa de aceleração para ONGs, projetos voltados para jovens em nossas unidades próprias, com oficinas de esporte e cultura, entre outros. Conforme falei, temos diversos parceiros/doadores que aportam investimentos nos projetos de transformação sistêmica das favelas desenvolvidos pela Gerando Falcões. A seguir, listo alguns dos projetos, além do Favela 3D que já foi descrito anteriormente:

1) Bazar - funciona como base do conceito de economia circular, ou seja, todos os produtos - novos e usados - doados à ONG, são colocados à venda por valores até 70% mais baratos que os praticados no mercado tradicional, oferecendo, assim, acesso a bens de consumo para população de baixa renda. O valor arrecadado com as vendas é reinvestido em programas de transformação nas periferias e favelas. Além de proporcionar às famílias acesso a bens de consumo, capacitar e impactar positivamente as comunidades, os jovens participantes das oficinas passam pelos processos do Bazar para aprender na prática e ganhar experiência. Depois de passar por um treinamento socioemocional de 6 meses, para aprender sobre trabalho em equipe, empreendedorismo, assertividade, dentre outros temas fundamentais no mundo contemporâneo, o Bazar é um dos meios onde esses jovens podem colocar o seu aprendizado em prática. Tudo isso com a supervisão de especialistas na área pedagógica e psicológica. 
2)
Favela-X - é um plano para acabar com pobreza das favelas antes de Marte ser colonizado. A campanha é baseada nos programas espaciais, mais especificamente, no Space-X, de Elon Musk. Traçamos um paralelo com o programa do empresário sul-africano para mostrar o quanto utilizamos tecnologias e estratégias semelhantes às dos programas espaciais para colocar a pobreza das favelas no museu. O Favela-X visa captar doadores recorrentes, além de trazer novos voluntários e colaboradores para a Gerando Falcões.
3)
Falcons University - é a universidade da favela para a favela, que trabalha os 10 pilares do BNCC (Banco Nacional Comum Curricular), tendo como pilar central o desenvolvimento de habilidades socioemocionais. Por meio do método ativo de ensino, aprendizagem e uso de tecnologia estamos desenvolvendo crianças, jovens, educadores e lideranças para romperem o ciclo da pobreza intelectual, emocional e técnica. Dentre as jornadas de aprendizagem, estão a formação dos educadores, a formação de jovens e a formação de líderes sociais (+20 anos), que dura 6 meses e é gratuita. Ela tem como objetivo capacitar líderes que desejam expandir e melhorar a estrutura de suas Organizações Não Governamentais (ONGs), focando no desenvolvimento de gente para serem ferramentas e o canal de soluções das maiores mazelas do país.
4)
Programa de Aceleração - visa potencializar o trabalho de ONGs de alto impacto na Rede Gerando Falcões. Num período de quatro anos, as organizações recebem um apoio financeiro e mecanismos de desenvolvimento institucional, através do aperfeiçoamento de gestão e metodologia. A seleção das unidades aceleradas acontece por meio de um processo seletivo de líderes já formados na Falcons University.

RI: Fale-nos um pouco sobre o reconhecimento que vem recebendo nessa sua trajetória inspiradora de sucesso, em prol da erradicação da pobreza e da melhoria das condições de vida nas favelas brasileiras.

Edu Lyra: Neste processo, tenho feito palestras em convenções no Brasil e no exterior, em empresas globais como Google e Microsoft, universidades como Harvard e London Economics School. Fui nomeado como um dos jovens brasileiros que podem mudar o mundo, fazendo parte do Global Shapers, Jovem Empreendedor do Ano pelo Lide. Saí na lista dos jovens mais influentes pela Forbes Brasil, abaixo dos 30, e Homem do Ano pela revista GQ. Em 2020, venci o prêmio Valor Econômico, como Empreendedor Social do Ano, devido ao destaque obtido com o projeto “Corona no Paredão, Fome Não” que arrecadou relevante doação de pessoas físicas e jurídicas no combate à fome. Ainda em 2020 e com a mesma campanha, a Gerando Falcões estava entre as Top 30, pela resposta à Covid-19 na 16ª edição do Prêmio Empreendedor Social, do jornal Folha de São Paulo. Em 2021, fui eleito Executivo de Valor pelo jornal Valor Econômico. Atualmente, também sou colunista do jornal O Globo.

RI: Para finalizar, qual conselho Edu Lyra, de 33 anos, CEO do Gerando Falcões, uma das pessoas mais influentes do terceiro setor no Brasil, daria para o menino/adolescente Edu Lyra, que morava na favela e dormia numa banheira?

Edu Lyra: O mesmo que a minha mãe sempre me deu: Não importa de onde você vem, mas sim pra onde você vai. E você pode ir para onde quiser...


Continua...