Opinião

DISRUPÇÃO: CAMINHO SEM VOLTA

A disrupção, tão cobiçada e admirada, tem sido cada vez mais habilitada pela inovação, sem a qual, importantes empresas (ou mesmo profissões) têm perdido espaço ou desaparecido. Elas ocorrem em todos os setores e, como as novas tecnologias são cada vez mais acessíveis, e tornam-se uma imposição para todas as empresas. Todos os consumidores estão conectados e aguardam por uma experiência excelente. Para abordá-los de forma adequada é preciso entendê-los. A tecnologia é o que permite fazê-lo.

A Blockbuster, por exemplo, fazia constantemente pesquisas de mercado para entender seu consumidor. Já a Netflix valeu-se de Big Data e Machine Learning para oferecer o que seu público queria, sem fazê-lo sair de casa. O destino das duas – sendo que a primeira que não quis gastar uma quantia irrisória para comprar a segunda – deve-se aos caminhos que cada uma singrou. E esses rumos determinarão destinos comuns a várias empresas em atividade hoje.

A escolha por uma dessas opções, porém, não resulta de boa vontade ou determinação. Dados crescem exponencialmente em todo o mundo e propiciam que se entenda quem é o consumidor, o que ele deseja, onde ele está, do que gosta, por onde anda e quanto pode gastar. A tecnologia que possibilitará transformar esses dados – dispersos em incontáveis fontes e nos mais diversos formatos – chama-se Big Data, coisa que, no Brasil, inúmeras empresas dizem dominar ou, pelo menos, incorporar às suas atividades, mas que, de fato, quase ninguém sabe o que é.

Na onda disruptiva, o Brasil ainda é seguidor. O problema é que algumas tecnologias, com a era do compartilhamento, surgem e, simplesmente, eliminam quem não adere a elas. E o país que, tradicionalmente, é um dos que menos investem em inovação, corre risco. Algumas tecnologias são de difícil acesso e existem segmentos em que não há espaço para muitos players. É um processo de adaptação em que muita gente vai morrer no caminho. Todos os setores com mais ou menos intensidade estão sendo ameaçados de alguma forma.

Fintechs e demais startups são um ponto fora da curva. São catalisadores que, por meio da tecnologia, mudarão mercados e ameaçarão gigantes que não entendam e se adaptem a este movimento. Os consumidores são os que habilitarão essa mudança. As pessoas têm supercomputadores em seus bolsos. Isso será a base para mudanças que surgirão num ritmo frenético. Quanto mais gente se habituar às novas facilidades, mais esse caminho será sem volta.

Domingos Monteiro
é CEO da Neurotech.
domingos@neurotech.com.br


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