Em Pauta

SÍNDROME DE BURNOUT: O MUNDO CORPORATIVO PRECISA FALAR SOBRE ISSO

Pode acontecer no chão de fábrica, nas gerências, diretorias e na presidência. Não importa o cargo ou o tamanho da empresa. Se a época é de crise ou de bonança. Todos estão sujeitos a enfrentar estressores com os quais não são capazes de lidar no ambiente de trabalho. A luz vermelha acende de diferentes formas e o desafio é saber como identificar os limites de cada um, derrubar preconceitos organizacionais e, buscar o equilíbrio necessário para não engrossar as estatísticas alarmantes da Síndrome de Burnout, fenômeno ocupacional que acomete cada vez mais pessoas no Brasil e no mundo.

De acordo com o último levantamento da ISMA Brasil - International Stress Management Association, 32% dos trabalhadores brasileiros sofrem dessa Síndrome. A estatística pode ser ainda maior já que a associação de pesquisa e desenvolvimento da prevenção e do tratamento do estresse optou por não atualizar o estudo durante a pandemia, por causa das emoções exacerbadas que poderiam resultar em um número artificial. Mesmo subdimensionado, o Brasil já é o segundo país com o maior número de pessoas afetadas pela Síndrome de Burnout.

Para a médica Ana Maria Rossi, presidente da ISMA Brasil, apesar do arrefecimento da crise sanitária, é tendência um aumento nos registros à medida que se desmistificam os casos. “Apesar de não ser algo novo, nunca se falou tanto em Burnout como agora. Esse holofote é positivo porque ajuda a conscientizar a população sobre a importância da saúde mental e quebra estigmas”, avalia.

Ela explica que desde 1970 o assunto tem sido estudado graças ao trabalho da psicóloga Christina Maslach, da Universidade da Califórnia, que produziu diversos trabalhos sobre a Síndrome e até hoje é uma das maiores autoridades no assunto. Pelo protocolo criado por Maslach, o Burnout se caracteriza por três dimensões: Exaustão, Ceticismo e a Redução da Eficácia Profissional.

A exaustão é a característica mais marcante do Burnout e o esgotamento pode ser tanto físico quanto mental. Já o ceticismo é a indiferença, falta de crença e de esperança, fazendo com que o trabalho perca o sentido. A redução da eficácia, por sua vez, torna a pessoa improdutiva. Na definição científica, um diagnóstico de Síndrome de Burnout só vai existir se abarcar essas três dimensões.

A definição cunhada por Maslach foi usada pela Organização Mundial da Saúde nas novas diretrizes que entraram em vigor em janeiro deste ano. “Burnout é uma síndrome conceituada como resultante do estresse crônico no local de trabalho que não foi gerenciado com sucesso”, define a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID).

Antes, ele era descrito apenas como um “estado de exaustão vital”. Podia ser interpretado até como resultado de um infortúnio em casa ou na família. Ao ser incluído na CID-11, ganhou oficialmente o entendimento mais aceito por especialistas não só da Saúde como Jurídicos.

Essa nova versão traz ganhos para a sociedade pois exige notificação compulsória e ajuda a contabilizar de forma precisa o número de profissionais afetados, contribuindo ainda com as organizações públicas e privadas para o reconhecimento de que todos os profissionais estão suscetíveis. Isso abre a oportunidade para a construção de novas atividades de promoção da saúde e de prevenção do adoecimento nas organizações.

Além disso, facilita a apreciação de casos pela Justiça ao delimitá-la como fenômeno ocupacional, explica a psicóloga Miryam Cristina Mazieiro Vergueiro da Silva, do Grupo de Saúde Mental e Psiquiatria do Trabalho (Sampo) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. “Não se trata de doença, mas de síndrome capaz de provocar o comprometimento do sistema imunológico e várias patologias que podem ser sobrepor, caso da depressão”, avalia.

E vai além. No longo prazo, o esgotamento é tão nocivo que transborda sentimento de incapacidade, agressividade, abuso de substâncias como o álcool, drogas e até pensamentos suicidas. A Síndrome de Burnout é tão real e perigosa que pode causar diabetes, úlcera e hipertensão, entre outros.

Importante aqui diferenciar os indícios do Burnout do estresse. Estressores podem ser provocados por qualquer situação que exija esforço de adaptação, seja para o bem ou para o mal. Assim, o nascimento de um filho, por exemplo, é situação que causa estresse, mas, em geral, é positiva. Uma demissão também requer adaptação, e é negativa.

“Se o ambiente ocupacional exige adaptação permanente, eu lido com esse quadro com as condições emocionais disponíveis, quando tais condições se esgotam, vem o Burnout. Todo mundo tem um limite, por isso o autoconhecimento é tão importante”, afirma Miryam.

Isso porque o Burnout pode se manifestar de várias maneiras. Há sinais mais óbvios, como estar exausto, ou até mesmo adoecer com mais frequência. Mas também há sintomas mais sutis, como a incapacidade de se concentrar e estar totalmente presente com os outros. “Uma das coisas mais insidiosas sobre esta síndrome é que ela compromete nosso julgamento, incluindo nosso julgamento sobre nós mesmos”, diz a especialista. 

Então, o profissional pode pensar que está indo bem, mas se não está dormindo o que precisa, ou se está passando dia após dia em reuniões virtuais consecutivas e na frente de telas, é muito provável que não esteja indo tão bem quanto imagina.

Casos
Foi o caso de Claudio Hermolin. “Ignorei a necessidade de me desligar, houve falta de cuidado da minha parte”, conta. Logo no início da pandemia, o então CEO da Brasil Brokers, holding com participação nas maiores imobiliárias do país, chegou ao escritório na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, para mais um dia de trabalho. “Comecei a sentir calafrios, formigamento nas extremidades do corpo, visão turva, dor no peito e sensação de que iria desmaiar”, lembra.

Para Hermolin, o Burnout veio de forma silenciosa. “Nunca tinha tido isso e comecei a me assustar. Pensei que fosse falta de alimentação ou hidratação. Decide sair para comer algo. Mas a perna ficou bamba e tive a certeza que estava prestes a ter um ataque cardíaco”, completa.

Foi quando ele decidiu ligar para o médico, mas os últimos exames estavam em dia e “certamente” não era um problema do coração. A recomendação foi ir para casa descansar. Ele não aceitou o diagnóstico e tentou ir ao hospital. Não conseguiu. Voltou para casa de táxi e teve, segundo ele, a pior noite de sua vida. “Achei que ia morrer”, conta.

Foram dias e dias entre conversas com vários psicólogos e psiquiatras e uma infinidade de exames para entender de fato o que estava acontecendo. “Foi difícil me convencer de que não era mesmo um problema do coração. Infelizmente, vivemos em uma sociedade preconceituosa com as questões relacionadas à saúde mental. Era melhor ter uma história associada a problemas físicos comuns”, relata.

Após o diagnóstico, o executivo conta que teve de aprender a estabelecer limites. Fez terapia, passou a meditar e a procurar outras formas para trabalhar a mente. “Todo mundo exercita o corpo, mas o que é feito em prol da saúde mental? Quase nada”, afirma.

Da experiência ficou a lição de que mesmo em posição de comando, o ser humano não é à prova de problemas. E o reconhecimento de que é preciso buscar um reequilíbrio entre a vida pessoal e a profissional. “Agora quando me vejo sob pressão, relembro da minha história, me acalmo e exercito os limites”, diz.

Embora acredite que a cultura empresarial não tenha tido papel determinante no episódio, para se recuperar Hermolin renunciou ao cargo de CEO da Brasil Brokers e hoje atua como presidente da Primaz Corporate, que estrutura financiamentos imobiliários.

O mesmo fez um CFO que preferiu não se identificar. Apesar do acolhimento recebido pela empresa, percebeu que só a mudança de vida o faria se recuperar. Então, também pediu demissão e foi atuar como consultor independente. “Se não me desligasse e adotasse um novo comportamento não estaria curado”, avalia.

Os sintomas dele foram praticamente iguais aos de Hermolin, de um dia para outro, mas o executivo sentiu o impacto que muitos trabalhadores sentiram com a mudança de rotina e a pressão durante o isolamento. “É preciso entender que não se pode “rodar todos os pratos ao mesmo tempo”. Não se pode ter controle sobre tudo e está tudo bem. Também é importante aceitar nossas vulnerabilidades e respeitar a maneira como cada indivíduo lida com a questão, se expondo ou não”, diz.

Ele recorda que a gestão da equipe operacional tomava dez por cento do trabalho na pré-pandemia. Em home office, o mesmo processo consumia oitenta por cento do tempo. “O mercado financeiro é regido por um estatuto que não enxerga as condições das pessoas. Alguém vai lá e escreve uma regra que é impossível de se executar, mesmo assim nos cobramos”, desabafa.

Essa rotina cheia de demandas e cada vez mais exigente do mercado corporativo também levou Laércio Albuquerque, Vice-presidente da Cisco para América Latina, a um afastamento temporário, embora ele mesmo tenha declarado, ao tornar pública sua condição, que adorava esses hábitos.

Um dos primeiros executivos a expor publicamente a situação - ainda erroneamente identificada por muitas empresas, como falta de inteligência emocional e fraqueza do colaborador, além de falta de alinhamento com a cultura organizacional - Albuquerque manteve segredo no trabalho. Sentia medo de expor sua fragilidade e de como seria julgado por seus pares.

Entre idas e vindas ao hospital, ele se afastou por um período, mas levou tempo para que se abrisse e resolvesse contar sua experiência. “Senti um medo terrível de contar que estava com Burnout”, declarou o executivo ao jornal Valor Econômico.

Para Fabiane Goldstein, diretora senior de Relações com Investidores da Grayling, não foi diferente. A executiva, assim como Laércio Albuquerque, entendia como natural a rotina puxada de trabalho, até que teve um colapso de memória e o primeiro diagnóstico de Burnout. “Sai para trabalhar domingo como se fosse segunda e demorei horas para perceber o engano. Fiquei realmente preocupada e procurei diversos médicos porque achei que poderia ser algo mais sério”, conta.

Com uma mudança marcada do Brasil para os Estados Unidos, apontada pelos médicos como a causa, optou por não parar, mas adotar alguns novos hábitos. “Imaginei que mudar de país já facilitaria a implementação de outra rotina. Já fazia terapia e inclui atividade física no meu dia a dia. Achei que estava tudo bem quando veio a pandemia e, no final de 2020, fui nocauteada pelo segundo episódio: não conseguia me mexer durante uma aula de ginástica. Simplesmente travei”, conta.

Na opinião dela, houve falta de uma liderança empática, que ajudasse a lidar com o problema. “Trata-se do principal desafio das empresas, que estarão cada vez mais lidando com esse cenário”, avalia. Depois do ocorrido na academia, seguiu os mesmos passos de Claudio Hermolin - e decidiu reorganizar a vida para mudar de trabalho.

Detox Digital
Embora plurais em seus relatos, em comum os executivos que enfrentaram o problema tinham um histórico de “não se desligar nunca”. E precisaram aprender a se desconectar não só da rotina, mas também da tecnologia. O detox digital faz parte do processo de cura porque a conexão 24 horas por dia, o bombardeio de informações o tempo inteiro, consome capacidade mental por mais simples que pareça pegar o celular e ler uma mensagem.

Não à toa, a Medida Provisória nº 1.108/2022, que deveria dar mais segurança jurídica ao teletrabalho, traz algumas preocupações, conforme alerta o professor Gabriel Henrique Santoro, advogado do escritório Juveniz Jr Rolim Ferraz. “Sem assegurar o direito à desconexão, essa MP deve acelerar afastamentos pela Síndrome de Burnout”, avalia.

Isso porque, a partir da entrada em vigor, o empregado submetido ao regime de teletrabalho não pode contar como tempo de serviço prestado as respostas emitidas a consultas feitas por seus superiores fora do horário de expediente através de e-mails ou mensagens de WhatsApp, por exemplo. Em uma abordagem mais simples, significa que o trabalhador não tem direito de se desligar das atividades laborais.

De acordo com Santoro, ao estabelecer que o tempo que o empregado gasta com uso de equipamentos tecnológicos fora do expediente não constitui hora à disposição do empregador - a legislação brasileira passa a permitir a exploração desmedida dos trabalhadores, uma vez que atualmente grande parte do trabalho é desenvolvido por meio de equipamentos tecnológicos.

“Em razão da previsão inusitada contida na MP é possível que juízes do trabalho, ao se depararem com casos práticos, entendam pela inconstitucionalidade do art. 75-B, §5º, da CLT, por violar o direito ao descanso, ao lazer, ao convívio familiar e social do empregado”, afirma.

Para David Braga, CEO, board advisor e headhunter da Prime Talent, empresa de busca e seleção de executivos de média e alta gestão, perde o trabalhador, perde a organização. “O termo workaholic, ou seja, aquele que trabalha em excesso, tem caído em desuso cada vez mais. Se o trabalho é sinônimo de estresse, talvez seja a hora não só de rever a rotina, mas de avaliar se aquela empresa serve ao profissional”, diz.

Braga destaca que além das adaptações dos últimos dois anos devido à pandemia – com atuação nos modelos híbrido ou home office -, novas competências e habilidades tiveram de ser aprimoradas. Não foram apenas os líderes que precisaram aperfeiçoar a gestão à distância, mas também colaboradores, com mais autonomia, menos controle e autogerenciamento.

Na avaliação dele, vários são os motivos que levam ao Burnout: lideranças abusivas, longas horas de trabalho, metas intangíveis, falta de clareza sobre os objetivos de sua posição e do plano estratégico, e até mesmo isolamento e falta de comunicação. “Ainda existem empresas que culpam o colaborador pela situação e se eximem de qualquer responsabilidade, mas é preciso compreender que cobranças excessivas, resultados a qualquer custo, vão trazer ônus, inclusive financeiro para as empresas”, diz.

A 19ª edição do Índice de Confiança Robert Half (ICRH) aponta que 49% dos recrutadores acreditam que os profissionais estão mais propensos a sofrer de Burnout no segundo semestre. Entre as razões apontadas estão cargas de trabalho mais pesadas, falta de equilíbrio entre vida profissional e trabalho e mais pressão por resultados. O ICRH foi desenvolvido para monitorar o sentimento dos profissionais qualificados, que podem estar otimistas ou pessimistas com relação à situação atual do mercado de trabalho e da economia.

Diante desses números, empresas que não se atentam à realidade do Burnout vão perder pela alta rotatividade, baixa produtividade, aumento do número de licenças médicas e ações trabalhistas na Justiça. Nesse sentido, não é somente o empregado que necessita de médico: a empresa também precisa de um diagnóstico organizacional. E a área de Recursos Humanos tem papel fundamental nesse processo.

Cabe ao RH realizar um check-up da gestão, da liderança, enfim, da situação dos funcionários, que são o capital mais importante. “Cada vez mais as empresas põem em andamento mudanças para unir vida pessoal e profissional porque o ser humano é integral”, diz Tânia Moura, especialista em Gestão de Pessoas, Carreiras e Diversidade, e coautora do livro Gestão Humanizada de Pessoas - construindo as empresas do futuro.

Ela destaca que as mortes causadas pela pandemia impulsionaram esse movimento de repensar o modo de se viver. Pesquisa da Fundação Dom Cabral e Talenses Group verificou que a pandemia prejudicou a saúde mental de 73,8% dos mais de 500 profissionais entrevistados e, entre os pesquisados, 53% conhecem alguém que tenha sofrido Burnout. “Isso fez com que a gestão das emoções e o bem-estar se tornassem prioridade nas pautas dos Conselhos”, diz.

Como nem sempre foi assim, há um longo caminho a ser percorrido. “É preciso investir em educação emocional e isso requer primeiramente a recapacitação da liderança, para formar um líder saudável espiritualmente e emocionalmente maduro. De certo modo, ser feliz é saber lidar com as emoções e a felicidade gera efeito dominó”, completa Tânia.

Ela destaca ainda a importância de uma abordagem diferente de setor para setor porque os desafios do varejo, por exemplo, não são os mesmos do financeiro. “Soluções precisam ser personalizadas porque o colaborador que demanda alto conhecimento de tecnologia é diferente daquele que precisa lidar com a pressão por criatividade”, explica.

Outro aspecto relevante é a cobrança cada vez maior pela adoção de parâmetros de desenvolvimento sustentável. E dentro das discussões ESG, o “S”, de social, ainda patina, observa Tânia.

Segundo o Principles of Responsible Investment - PRI, o “S” diz respeito a questões relacionadas aos direitos, bem-estar e interesses de pessoas e comunidades. Ele inclui, entre outros, direitos humanos, direitos trabalhistas na cadeia de valor, saúde e segurança no trabalho, diversidade e gestão do capital humano e relações trabalhistas.

Concorda com Tânia, a psicóloga Ana Paula Cota, especializada em treinamento corporativo centrado no ser humano e mestre pela Universidade de Columbia, nos Estados Unidos (EUA). Para ela, as demandas da sociedade têm se alterado e as empresas precisam se adequar a esse novo cenário, estimulando um ambiente de discussão, em que colaboradores possam falar sem medo de julgamentos ou retaliações. “A gestão humanizada demanda uma profunda transformação da cultura corporativa”, afirma.

Ela destaca a iniciativa de Arianna Huffington, que fundou em 2016 a Thrive Global, uma companhia de tecnologia voltada para a mudança de comportamento no mercado de trabalho. “A missão é acabar com a epidemia de estresse e esgotamento laboral, porque está claro que o trabalho pode sim fazer mal.”

Pesquisas realizadas por Jeffrey Pfeffer, escritor, pesquisador e professor da Universidade de Stanford, indicam que questões associadas ao trabalho seriam a quinta causa de morte nos EUA, cujo sistema é copiado pelo mundo afora. Segundo Pfeffer, o estresse laboral está associado à morte de 120 mil americanos.

Outra pesquisa da Deloitte descobriu que 77% dos trabalhadores americanos afirmam já ter passado por um quadro de Burnout, considerando apenas o emprego atual.

A Grande Renúncia
Mas por lá, como aqui, a força de trabalho está mudando. Até outubro do ano passado, o Bureau of Labor Statistics, escritório de estatísticas de trabalho, contabilizava 20 milhões de americanos que haviam deixado seus empregos voluntariamente no que foi batizado deThe Great Resignation” pelo psicólogo e professor americano Anthony Klotz.

“A Grande Renúncia”, como foi traduzido no Brasil, descreve a onda de demissões desde o início da pandemia provocada pela insatisfação dos profissionais. Entender esse fenômeno, que se consolida à medida que caem as restrições ao trabalho presencial, tornou-se relevante para as empresas do mundo todo.

Por aqui, apesar das altas taxas de desemprego - 11,2% no trimestre encerrado em fevereiro ou 12 milhões de brasileiros -, mais da metade (52%) dos diretores de RH de grandes empresas afirmam que há um movimento crescente de demissões voluntárias. O cenário aparece no levantamento da consultoria organizacional Blue Management Institute (BMI), que ouviu, na segunda quinzena de março, 48 líderes de RH de corporações com receita anual acima de R$ 1 bilhão.

É uma nova geração de profissionais, consciente e confiante de seu valor, que busca muito mais do que um modelo transacional de bons salários e projeções de carreira. E espera relações mais humanas, guiadas pelo respeito e pelo propósito compartilhado.

Síndrome de Burnout – 12 sinais
Os psicólogos Herbert Freudenberger e Gail North criaram uma lista com os 12 estágios da Síndrome de Burnout. Eles não devem ser vistos unicamente como fases, mas sim como sintomas. Algumas pessoas passam por todos, outras não. Confira quais são:

1 - Compulsão em ressaltar o próprio valor 
Necessidade de demonstrar constantemente e de forma excessiva domínio sobre o que você faz, buscando sempre excelência e retorno positivo dos outros.

2 - Incapacidade de se desligar do trabalho 
Checar e-mails e mensagens antes de dormir, estar constantemente pensando nas demandas de trabalho (mesmo em momentos de lazer) e trabalhar aos finais de semana (sem que seja pedido pela chefia) são alguns dos sinais. 

3 - Negação das próprias necessidades
Bom sonoalimentação adequada e tempo para o lazer tornam-se secundários. E essa atitude é vista como um sacrifício em nome de um bem maior. 

4 - Fuga de conflitos 
A pessoa percebe que há algo errado, mas evita enfrentar a situação. Os primeiros sintomas físicos podem surgir. 

5 - Reinterpretação de valores pessoais 
A família, os momentos de descanso, os hobbies, passam a ser vistos como coisas sem importância. A autoestima é medida apenas pelos resultados no trabalho.

6 - Negação de problemas 
A pessoa se torna intolerante. Enxerga os colegas de trabalho como preguiçosos, incompetentes, indisciplinados. Pode haver aumento da agressividade e sarcasmo. 

7 - Distanciamento da vida social 
A vida social passa a ser restrita ou, até mesmo, inexistente. O trabalho é feito de maneira automática. A necessidade de relaxar pode levar ao uso de drogas ou álcool. 

8 - Mudanças estranhas de comportamento 
A pessoa torna-se muito diferente do que costumava ser. Quem era alegre e dinâmico torna-se apático e medroso. As alterações são óbvias e podem ser notadas pela família e amigos. 

9 - Despersonalização 
Não é possível enxergar o próprio valor nem necessidades, bem como das pessoas ao seu redor.

10 - Vazio interno 
Para amenizar o desconforto, muitos recorrem às drogas, álcool, ou compulsões como comer e fazer sexo. 

11 - Depressão 
O futuro parece incerto, a vida perde o sentido. É comum o sentimento de estar perdido, cheio de incertezas e exausto. 

12 - Síndrome de Burnout (ou esgotamento) 
Há um colapso mental e físico. Quem chegou até aqui precisa de ajuda médica imediata.

 
 
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