SUSTENTABILIDADE NO MERCADO DE CAPITAIS
			por EDUARDO WERNECK		
		
		Fazem 50 anos do surgimento dos Beatles e do lançamento do livro  Primavera Silenciosa de Raquel Carson. Os Beatles foram um fenômeno  rápido, duraram oito anos, mas revolucionaram a música, a moda, ditaram  as aparências e foram os grandes responsáveis pela internacionalização  da música pop. Raquel Carson sensibilizou a opinião pública sobre o uso  do DDT, mas ao contrário dos Beatles, criou uma raiz de formação lenta,  porém contínua quanto às mudanças no campo das relações homem / meio  ambiente. Elas já estavam sendo objeto de preocupação de vários  economistas, físicos, biólogos, destacando-se Nicholas Georgescu-Roegen,  Ignacy Sachs, Herman Daly, Donella Meadows que começaram a chamar a  atenção para o problema da explosão demográfica, do crescimento  econômico da produção de alimentos e os impactos sobre planeta, que  culminaram na realização da primeira Conferência de Estocolmo sobre o  Meio Ambiente, curiosamente convocada a pedido dos Estados Unidos, com  grande resistência dos países subdesenvolvidos.
Após intensos debates, em âmbito global, a ONU instituiu a Rio-92,  onde várias Convenções foram aprovadas na área de Biodiversidade,  Mudanças Climáticas; Desertificação; no campo social, foi acertada,  porém não cumprida, a criação de um Fundo de combate à pobreza. O  conceito de Desenvolvimento Sustentável foi objeto de consenso a partir  de proposição do Relatório Brutland.
A publicação “Mudando os Rumos” (Changing Course) elaborada a pedido do  Secretário Geral da Conferência Maurice Strong representou o primeiro  documento orientado para a formação do pensamento empresarial. O grande  destaque da conferência, entretanto, foi a presença do Presidente da  República George Bush que definiu, com sua afirmação bombástica, o  isolamento que os Estados Unidos iria se colocar nas discussões futuras e  o retrocesso nos debates: “O padrão de consumo americano é  inegociável”.
		
		
		Continua...