IPO

RETOMADA DOS IPOs?

A abertura de capital da empresa de software para o varejo Linx - o primeiro IPO do ano -, realizada no dia 8 de fevereiro, empolgou o mercado. Com captação de R$ 528 milhões - a maior desde a emissão de R$ 3,6 bilhões do banco BTG Pactual em abril de 2012 -, as ações subiram 18% no primeiro dia de negócios e mantinham uma valorização de 17,6% até o dia 29 de março. O recém anunciado IPO da BB Seguridade, previsto para 25 de abril, promete ser o maior no Brasil desde 2009.

Depois de um 2012 desanimador - o Brasil teve o pior desempenho em uma década com ofertas iniciais de ações com apenas três operações -, o bem sucedido IPO da Linx parecia ser um sinal de recuperação da confiança do mercado. No entanto, o economista e sócio da Órama Investimentos Álvaro Bandeira prefere manter a cautela. “Gostaria que o sucesso da Linx fosse presságio de bons IPOs futuros. Porém, no momento, não tendo a acreditar ser uma tendência. Além disso, o mercado passou quase dez meses sem IPO - o último foi do BTG, em 25 de abril - e estava “carente” de uma boa oferta”, lembra.

O atual cenário brasileiro é o motivo para a falta de otimismo. A Bovespa está descolada dos principais mercados acionários do mundo, só que para pior. No primeiro trimestre do ano, a Bolsa registrou queda de 7,55%, pior resultado para o período, desde 1995. “Fizemos mínima do ano de 2013, ao mesmo tempo em que o Dow Jones operou largo tempo no topo histórico”, lembra Bandeira.

Para o advogado Henrique Filizzola, sócio da área de mercado de capitais do escritório Stocche Forbes, o início de 2013 parecia promissor, mas está abaixo das expectativas. Esse desapontamento muito se deve às questões macroeconômicas, com a inflação girando próxima do teto da meta, forte volatilidade cambial e taxa de juros indefinida num prazo mais longo.

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