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PESQUISA IBRI E DELOITTE REVELA ALTERAÇÕES NO ECOSSISTEMA DAS RIs

A pesquisa “Novo Ecossistema das Relações com Investidores -Tecnologia e Comunicação na era dos negócios digitais” lança luz sobre como os profissionais de RI estão lidando com um cenário de incertezas, um ecossistema multifacetado e um momento de intenso uso de tecnologias e novas plataformas de investimento.

A 12ª Pesquisa da parceria entre o IBRI (Instituto Brasileiro de Relações com Investidores) e a Deloitte mostra que o ecossistema de RI está mais complexo. Do total de 64 empresas respondentes, 69% investiram em novas ferramentas e formas de trabalhar. No entanto, apenas 8% aplicaram tecnologias de dados e automação cognitiva para funções de RI. A maioria das empresas participantes da pesquisa afirmou ter conseguido manter o quadro de profissionais de RI no último ano. E seis em cada dez empresas identificaram um aumento no número de investidores pessoas físicas.

O estudo foi apresentado durante o 21º Encontro Internacional de Relações com Investidores e Mercado de Capitais, entre os dias 26 e 27 de junho, no WTC Events Center, em São Paulo.

Guilherme Setubal, presidente da Diretoria Executiva do IBRI, e Ronaldo Fragoso, líder do Centro de Excelência em Aspectos Regulatórios e Governança Corporativa da Deloitte Brasil, detalharam, os resultados da pesquisa durante Coletiva de Imprensa, em 26 de junho de 2019.

A pesquisa Novo Ecossistema das Relações comInvestidores – Tecnologia e Comunicação na era dos negócios digitais” contou com a participação de 64 empresas:30% das quais estão entre as 20 de maior liquidez no IBovespa, 37% entre as 27 empresas do segmento Nível 1 e 30% entre as 20 empresas do segmento Nível 2.

Com a maior disponibilidade de plataformas, canais de informação e agentes de investimentos, além da manutenção da taxa de juros em um patamar baixo, o mercado de capitais e outras formas mais sofisticadas de investimentos passaram a se tornar mais atraentes para as pessoas físicas. Nesse contexto, seis em cada dez empresas pesquisadas identificaram aumento no número de investidores pessoa física.

“A pesquisa reforça como a adoção de tecnologia permeia todo o universo das Relações com Investidores, e pode ser aplicada de forma a apoiar uma estratégia robusta de comunicação para lidar com o aumento detectado de investidores pessoa física”, declara Guilherme Setubal, presidente da Diretoria Executiva do IBRI.

Setubal observa que “os investidores pessoas físicas que estão chegando exigem, em geral, a adoção de uma linguagem mais didática”.

Sobre o formato de relacionamento com o novo investidor, Ronaldo Fragoso, sócio da Deloitte, complementa que as áreas de RI terão que recorrer a ferramentas de tecnologia para corresponder às expectativas no atendimento.

Estrutura organizacional
“As transformações na função de RI têm seguido principalmente a direção de acompanhar o atual dinamismo do mercado e apoiar um processo de comunicação mais eficaz e personalizado com os públicos de interesse. Para lidar com as mudanças em curso, advindas da evolução da tecnologia digital, o profissional de Relações com Investidores precisa desenvolver não apenas habilidades técnicas, mas também as chamadas soft skills – aquelas que se relacionam a características como comportamento, comunicação e liderança", declara Ronaldo Fragoso. “O RI tem de ser alguém que não só divulgue números. É preciso mobilizar pessoas”, declara Setubal.

Apesar dos desafios colocados pelo recente cenário econômico e de negócios no Brasil, houve esforço das empresas participantes da pesquisa em preservar o seu capital humano de Relações com Investidores, bem como em identificar talentos no mercado. Três em cada quatro respondentes indicaram que o quadro de profissionais de RI de sua empresa manteve-se em 2018. Do total de respondentes, 75% mantiveram o seu quadro de profissionais de RI em 2018, 20% aumentaram e 5% diminuíram. Quanto às expectativas para 2019, 25% das organizações pesquisadas identificaram a tendência de aumentar a equipe de RI, enquanto 71% pontuaram que esperam manter o quadro de profissionais.

“Os dados mostram que, embora ocorra uma perspectiva de se incorporar tecnologias para automatizar e digitalizar processos, há uma preocupação das empresas em manter a sua estrutura organizacional para atender às demandas advindas da transformação digital do ambiente financeiro e de negócios”, analisa Fragoso.

Dois terços (67%) dos entrevistados afirmaram que o líder de RI de sua organização também lidera outra área da empresa. Este é um indicador na natureza interdisciplinar das Relações com Investidores e também demonstra que a estrutura das organizações brasileiras é enxuta para o relacionamento com acionistas e demais agentes de mercado. Em mais da metade (56%) dos casos em que o líder de RI responde também por outra área na empresa, esse profissional está à frente da área financeira. Ainda dentro do grupo que também responde por outra área, 12% conduzem iniciativas de planejamento estratégico, o que revela que há um conjunto de empresas que busca, por meio de estrutura organizacional, aliar o relacionamento com investidores e acionistas aos objetivos de negócios da organização como um todo.

Uso de tecnologias
Apesar de reconhecerem o peso do desenvolvimento tecnológico em ferramentas e na forma de trabalhar, as empresas ainda não realizaram investimento robusto em analytics, robótica e inteligência artificial. Das 64 empresas consultadas na pesquisa, 69% investiram em novas ferramentas e formas de trabalhar. No entanto, apenas 8% aplicaram tecnologias de dados, automação cognitiva para funções de Relações com Investidores. Segundo o levantamento, 62% sequer pensam na adoção desses recursos na área.

Entre as práticas de inovação mais adotadas pelas empresas estão acompanhar indicadores de RI, implementar novas tecnologias para ampliar os canais de comunicação e utilizar novos formatos de relatório. Esse é um indicador de como as transformações na função de RI têm seguido principalmente a direção de acompanhar o atual dinamismo do mercado e também a de apoiar um processo de comunicação mais eficaz e personalizado com os públicos de interesse. Quando perguntados sobre o uso de IA (Inteligência Artificial), 80% destacaram ainda não ter pensado a respeito de sua adoção no atendimento a investidores.

“Essas tecnologias podem ajudar a área de RI a captar e monitorar frequentemente o valor percebido do mercado sobre a organização por meio do acompanhamento dos diversos canais de comunicação da empresa, o que ajuda a tornar mais eficientes as suas estratégias de captação. A Inteligência Artificial pode ser, por exemplo, especialmente útil para a melhoria da percepção de valor de pequenos acionistas e investidores, que se apresentam de forma mais fragmentada”, avalia Fragoso.

Percepção de valor
O monitoramento da percepção de valor de mercado de uma empresa por analistas e investidores é uma função complexa, que demanda do RI o estabelecimento de ferramentas e critérios consistentes e estruturados. É natural que o mercado tenha uma percepção de valor diferente sobre uma empresa do que os profissionais que nela atuam. No entanto, cabe ao RI o estabelecimento de ferramentas e critérios consistentes e estruturados.

Administrar a lacuna entre a percepção do valor de mercado da empresa e a de analistas e investidores ainda é um desafio crescente para as organizações, especialmente em um cenário econômico incerto como o atual. Para 33%, há uma grande lacuna entre a percepção de valor de sua empresa e a de analistas e investidores. Já para 37%, existe uma pequena lacuna e a porcentagem daqueles que não enxergam lacuna é de 15%, a mesma daqueles que responderam que não têm certeza ou que a questão não era aplicável.

Para efeitos de comparação, na edição de 2014 da pesquisa, a porcentagem de respondentes que indicou haver uma grande lacuna naquele ano foi de 25% – o que revela que gerir a diferença na avaliação de analistas e investidores ainda é um desafio crescente para as organizações.

Como principais práticas de aproximação com stakeholders, as organizações combinam ações presenciais como roadshows (81%), encontros anuais (59%) e investor days (54%) a iniciativas virtuais com o apoio da tecnologia, como os webcasts, que contam com a adoção de 65%. Outros canais digitais, como aplicativos e chatbots, podem ser explorados de forma mais adequada.

Mais informações: www.ibri.com.br/Upload/Arquivos/novidades/4096_Pesquisa-Deloitte-2019.pdf


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