Opinião

DIVERSIDADE NAS LIDERANÇAS É FUNDAMENTAL PARA AS AÇÕES DE ESG

Os ambientes corporativos seguem com o ESG como tema central para traçar o futuro das companhias, além de servir de termômetro para medir a reputação e gerar valores. Por conta disso, é comum que o interesse pela pauta surja por meio da pressão do mercado. Afinal, os consumidores e os colaboradores estão, cada vez mais, interessados em organizações que se preocupam com as práticas sociais e de proteção ao meio ambiente.

Um estudo feito pela ANBIMA (Associação Brasileiras das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) indica que os critérios ESG mais observados pelas 209 gestoras de recursos participantes da pesquisa são a transparência e a ética (92% cada). Em comum, esses dois pontos têm o G de Governança, que é a base de todas as iniciativas, práticas e projetos, garantindo coesão entre ações da companhia e objetivo do negócio.

Assim, tomadores de decisão têm utilizado a pauta em planejamentos organizacionais. Porém, ao elaborar as estratégias de ESG é importante que os gestores pensem em ações concretas e estejam preparados para o que isso exigirá de transformação. 

É importante que o gestor saiba qual o momento da sua organização para traçar um plano de execução. Empresas familiares, por exemplo, precisam pensar primeiro na sua profissionalização. É difícil iniciar processos de transformações profundas na organização, se o gestor ainda esbarra em questões básicas de sucessão, por exemplo. 

As empresas que estão em processo de abertura de capital precisam se adequar, o quanto antes, às práticas de ESG. Não dá para começar a jornada de organização listada na Bolsa sem a adoção de ações de governança corporativa e de sustentabilidade. Independente de qual estágio a empresa esteja, é essencial que a liderança analise suas práticas, colete dados  e KPIs para, a partir disso, implementar as iniciativas de ESG.

Outro ponto importante é entender e enxergar quem está por trás das discussões para a implantação das ações. A organização só seguirá na concretização de iniciativas sustentáveis e que abarcam as diferentes pessoas, quando reunir uma equipe de gestão realmente diversa. 

No Conselho, por exemplo, é importante ter representantes de áreas diferentes, mas também pessoas de idades, gêneros, perfis e personalidades diversas. Essa é a única forma de construir algo realmente inovador, de criar novas realidades e adotar práticas transformadoras nas diferentes esferas da sociedade.


Claudia Elisa Soares
é especialista em ESG e transformação de negócios e líderes e conselheira em companhias abertas e familiares - Tupy, Even, Grupo Cassol, Bernoulli Educação e Gouvêa Ecosystem. Em mais de 30 anos de carreira ocupou posições C-level em empresas como AMBEV, GPA, Votorantim Cimentos, Via, FNAC e EMS. Também atua como palestrante, advisor e mentora.
ce@claudiaelisa.com


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