Transparência é ponto fundamental quando falamos de governança. Fornecer dados precisos e confiáveis, que seguem as normas, é um processo padrão e disseminado quando falamos dos demonstrativos financeiros. Os números que se apresentam no balanço e no demonstrativo de resultados são oriundos de ERPs, sistemas integrados com fluxos automatizados, controles internos, segregação de funções e rastreabilidade que permitem a realização de auditoria. E quando falamos de relatório de sustentabilidade?
A realidade muda de forma abrupta em muitas empresas. Muitos processos não formalizados, inputs manuais, uso de planilhas, sistemas não integrados e despreparados para adotar as boas práticas de governança de TI. Este cenário impõe diversos desafios para atender requisitos de compliance regulatório, e evitar fraudes à luz da RCVM80. A RCVM80 deixa claro que, à luz do regulador, o greenwashing é reconhecido como fraude, e sua materialidade reflete a lesão contra os investidores e mercado.
Visando proteger as empresas deste novo risco, assim como os responsáveis por atestar e validar o relatório de sustentabilidade de acordo com os preceitos da CVM193 e regulamentações associadas, como Diretores financeiros, Controllers e Auditores, faz se necessário um processo de adequação.
O primeiro passo, é identificar as lacunas e pontos de melhoria. Então desenha-se e formaliza-se o novo processo, determinando alçadas e responsabilidades. É fundamental treinar todos os colaboradores envolvidos e impactados por este novo processo. Um conceito que precisa estar claro para todos é o de materialidade no contexto do relatório de sustentabilidade, que tem suas peculiaridades versus o conceito de materialidade quando falamos de demonstrativos financeiros.
Algumas armadilhas conhecidas que devem ser evitadas e receber a atenção do Conselho de Administração e Executivos são:
A conformidade regulatória é necessária, e o plano de adequação deve ser tempestivo, bem como garantir que as oportunidades de negócio sejam identificadas e aproveitadas.
Jefferson Kiyohara
é Diretor de Forensics & Integrity da consultoria Protiviti Brasil, atuando em projetos de Compliance, ESG e Governança.
jefferson.kiyohara@protiviti.com.br